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10 coisas que eu gostaria de ter ensinado a mim mesma, bem antes…

Eu sempre soube que seria escritora.

Claro que a vida dá voltas e que fazemos opções das quais nos arrependemos, posteriormente.

Eu não fiz muitas… Mas uma péssima escolha numa outra área de formação, acabou comigo, por mais de 10 anos e como era relacionada justamente ao aspecto profissional, paralisou minhas forças, meus recursos e meus sonhos.

Nesse período de exílio, escrevi pouco e pior: escrevi mal.

Falando especificamente sobre a carreira do escritor, gostaria de ter aprendido antes, algumas coisas que hoje viraram leis na minha vida.

A elas, imediatamente:

  1. Respeitar o ritmo: a atividade intelectual é cansativa e requer muita disciplina. Não conseguimos, contudo, uma concentração tal, que nos faça ficar grudados à cadeira por mais de 40 minutos. Sim, segundo os cientistas, a capacidade média de concentração entra em “picos” e não dura mais do que ¾ de hora, o que quer dizer, que você precisa MESMO de uma pausa, ou irá produzir menos do que gostaria. Por isso: não deixe tudo para a última hora. Se não esteve inspirado até agora, como acha que ficará, 20 minutos antes de enviar um texto? Antecipe-se.
  2. Amar os cronogramas: preparar um plano que caiba no dia, sem que se fique atropelado por todos os imprevistos, além de sábio, é útil. Programe-se e mais importante: CUMPRA o planejado!
  3. Retomar a produção: nisso eu dei sorte! Leio alguns textos de 20 anos atrás, que escrevi sem muito preparo e acho que foram “psicografados”. A grande sacada é que agora, pensando diferente e conhecendo mais técnicas e processos de escrita, posso reescrevê-los e torná-los, verdadeiramente, meus textos!
  4. Perceber o momento: relacionado ao item anterior, a percepção ligada ao momento é como uma intuição: devo mostrar o texto agora, ou posso esperar e enquanto isso, melhorá-lo? Se você não tem paciência, nem mesmo com sua própria produção, irá cair nas muitas armadilhas do tempo. Publicará coisas fraquinhas, será julgado antecipadamente e provavelmente, receberá o número suficiente de “nãos” que qualquer pessoa com um pingo de amor próprio não toleraria, ou seja: é capaz que desista, antes de começar. Acontece que o momento também tem ummomentum… Não espere até que o texto “morra”, nem para os leitores, nem para você.
  5. Procurar os semelhantes: já percebeu que quase todo mundo que conhece “escreve”? Pois é. Este mundo não é tão grande assim e é claro que suas relações trarão mais semelhantes, do que diferentes. Aprender com eles e compartilhar as dúvidas, deve ser um exercício diário.
  6. Anotar as ideias: bem, acho que entendeu, claramente. De uns tempos para cá não consigo mais me desfazer de minhas cadernetas e fichas e adquiri o hábito inconveniente de, no meio de uma conversa, esticar o braço em sinal de “espere aí”, sacar a caneta e escrever a “genial” ideia que acabei de ter. Muitas vezes, dá em absolutamente nada; outras, era tudo o que faltava para completar a página…
  7. Lidar com a frustração: para mim, não há nada pior do que, ao passear por uma livraria, encontrar o título e o tema que “anotei”, 5 anos atrás, para um dia escrever. O que descobri, é que não sou só eu que tenho acesso irrestrito à Biblioteca Akáshica. Assim, virou questão de vida ou morte, tomar a seguinte atitude: a) quando tenho uma ideia, escrevo imediatamente sobre o assunto; b) ao achar a “minha ideia” numa publicação, abençoo o trabalho alheio e saúdo o Universo, que afinal, é pródigo!
  8. Cuidar da produção: quantos blogs já comecei? Quantas redes já integrei? De quantas coletâneas já participei, sem ficar com nenhum exemplar? Quantas matérias, artigos, comentários, publiquei e não tenho nem ideia de onde foram parar? Adoramos seguir a vida dos outros, mas e a nossa? Está organizada? Não é tanto “o que” você escreve, mas se não sabe nem por onde suas frases estão espalhadas, fica bem difícil gerenciar sua vida literária. Isso passa por organização, método e por backups… Ai ai ai… Você tem um? Não é suficiente! Armazene seus textos em locais diferentes, mantenha um diário de links e salve as páginas. Muitas coisas (ainda bem!) não ficarão online para todo o sempre e daí que você nunca mais verá seu texto, caso tenha digitado diretamente num site, sem cópia.
  9. Economizar discursos: se o seu trabalho é fundamentalmente intelectual, é bem provável que só goste de falar sobre ele. A gente acaba cansando os amigos, os familiares, os companheiros, os filhos, os sobrinhos, os irmãos, os vizinhos, os alunos, os professores, com o nosso blá blá blá literário. Lembre-se, além disso, que amigo não é cliente! (Bem, entenda que o que escreveu até pode ser arte, mas o produto em si, é comercial, daí a questão do leitor/cliente!) Pode ser e pode não ser… Se você só manda um email quando lança um livro, ou atualiza sua rede social quando escreveu um artigo, saiba que todos notam seu “interesse” pelos amigos. Acaso não sabe falar de outra coisa? UMPF! Marketing é bom… na medida certa.
  10. Perseverar no objetivo: você tem um plano? Ótimo, é um bom começo. Não desista dele. Vá atrás do seu sonho e saiba, principalmente, que não será fácil alcançá-lo. Não se desespere: o mercado muda, a moda muda, as tendências mudam e se hoje existem 20 títulos sobre vampiro e sua obsessão é essa, caso a sua obra seja realmente boa, terá espaço. Leu o “realmente boa”? Pois é, enquanto espera as coisas se ajeitarem, cuide de melhorar: aprimore suas técnicas, estude, leia, refaça, conheça o trabalho de outros autores.

Eram 10, mas acabou de ganhar um bônus:

11. Conselhos podem ser bons, sim! Aprendi na marra, com gente que não se importou com a minha cara de “sabe tudo”.

Agradeço a eles e aviso: aproveite, porque a minha promoção de conselhos gratuitos está no fim… 😀


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